01 dez 2022

Coffee Table Book: vida de popstar

<b>Chico Barbosa</b> | Editor

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Por serem belas, livros de mesa ficam à mostra, e não esquecidos em estantes.

Em uma definição curta e precisa, livro de mesa, também chamado de coffee table book, ou vice-versa, é o autêntico livro que “insinua-se ao leitor”, se nos apropriarmos das observações de Adorno, um dos maiores expoentes da primeira geração da Escola de Frankfurt, a propósito das alterações pelas quais o mercado editorial vinha passando na década de 1960, contaminado por práticas comerciais e publicitárias de uma ascendente indústria cultural.

A denominação coffee table book, tida no Brasil como afetada mas corriqueira, é utilizada de maneira informal e genérica para se referir a títulos identificados sobretudo pelo que ostentam em termos de apresentação e pelo “uso” que se faz deles. Por se tratar de obras chamativas, às vezes espalhafatosas, ficam à mostra, e não acomodadas – ou até escondias – em estantes, como ocorre com livros convencionais.

Considerando que o “‘conteúdo’ de qualquer meio ou veículo é sempre um outro meio ou veículo”, segundo McLuhan, o livro de mesa atua feito um popstar nos palcos em que o recepcionam, de editoriais de moda, estilo e decoração a livrarias, de empresas a residências, em evidência em cômodos sociais e halls, como recurso para ser percebido, contemplado, folheado e/ou consultado. 

Este texto é baseado na tese de doutorado “O papel do livro de mesa na sociedade do espetáculo”, defendida por este Chico Barbosa no programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Nestes estudos, analisei os livro da editora alemã TASCHEN, daí a utilização de seus livros para ilustrar este artigo.

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