Qualquer título pode ser um coffee table book. Tudo vai depender do seu acabamento editorial: imagens, letras, textos, fotos ou ilustrações, que se manifestam em suas capas, contracapas e lombadas.
É claro que nem todos os livros de mesa são detentores dos mesmos propósitos editoriais. Tomando como base o “pacto de comunicação” ou “contrato de comunicação”, que prevê que produções ou conteúdos com conotações jornalísticas e publicitárias sejam diferenciados, podemos traçar um paralelo com o livro de mesa, a respeito das suas intenções editoriais. Aqui tomo emprestado o raciocínio de Eugênio Bucci.
Sob o “guarda-chuva” de livros de mesa, acomodam-se dois perfis de livros, estabelecidos a partir da relação com o público-alvo e com impacto em sua produção.
O primeiro é de obras autorais, que brotam como livre expressão do pensamento e circulação das ideias para disputar espaço público e são vendidas em livrarias, e o segundo é de títulos feitos sob encomenda, frutos de um discurso pago por terceiros com o objetivo de abrir ou ganhar mercado, sustentar imagem, moldar as opiniões ou a vontade do consumidor, em outras palavras, funcionando como peça publicitárias ou de interesses institucionais, na maioria das vezes distribuída de graça, como souvenir de eventos ou brinde de final de ano.
O fato de estar em uma ou em outra categoria, por si só, não os credencia nem os impede de ser utilizados como coffee table books. Tudo depende da sua atratividade estética. O que não se pode é generalizar, sugerindo que, apenas pelo fato de estar sobre a mesa, é um livro sem importância.
Este texto é baseado na tese de doutorado “O papel do livro de mesa na sociedade do espetáculo”, defendida por este Chico Barbosa no programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Nestes estudos, analisei os livros da editora alemã TASCHEN, daí a utilização de seus livros para ilustrar este artigo.
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