31 jan 2023

Coffee Table Book: fazendo história

<b>Chico Barbosa</b> | Editor

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Os livro grandes e bem-acabados resistiram aos anos e entraram para a história

A atratividade visual não é uma prerrogativa da era do coffee table book, tampouco é mais acentuada nos dias de hoje. Livro bem-acabado existe desde os seus primórdios, produzidos em escala artesanal ou industrial, cada época utilizando os recursos e o conhecimento que lhe eram possíveis.

Os monastérios, casas religiosas e igrejas foram, digamos, sua escola fundamental. A Bíblia significou o maior treinamento para o suporte do livro da história. Do mesmo modo, as grandes obras, no sentido literal, estão longe de ser um episódio recente. O historiador francês Roger Chartier conta que a hierarquia dos formatos existe desde os séculos XIV e XV, os últimos anos do manuscrito. 

A bem da verdade, a atenção com o aperfeiçoamento do objeto livro e os estudos sobre tamanho fazem parte da sua história. Nascido na Idade Antiga como um produto exclusivo, experimental, esse meio de comunicação desde então vem testando suportes e apresentações que se intercalariam no decorrer do tempo, de maneira a torná-lo mais prático e, às vezes, até como efeito secundário, também mais atraente.

Durante sua trajetória, em outros corpos, estáticos ou flexíveis, o livro ou seu equivalente foi composto por (e em) pedra, madeira, argila, papiro, pergaminho até chegar no papel e, agora, à tela. Salvo a época atual, digital, em que as mudanças primam também por outras soluções interativas, nas demais fases o objetivo das novidades foi tornar a obra mais fácil de ser consultada e carregada, e também mais bela e digna de ser reverenciada.

Curiosamente, os que resistiram na história foram os exemplares menos amistosos com o seus donos: os grandes, que, pelas suas características, bem-acabados e difíceis de serem transportados, foram os mais preservados.

Na imagem de abertura, o fotógrafo Sebastião Salgado e seu imponente Genesis: criação à altura do criador

Este texto é baseado na tese de doutorado “O papel do livro de mesa na sociedade do espetáculo”, defendida por este Chico Barbosa no programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Nestes estudos, analisei os livros da editora alemã TASCHEN, daí a utilização de seus livros para ilustrar este artigo.

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