Fazendo jus ao fato de que “os sinais visuais e táteis são intimamente associados a valor”, nas palavras do diretor do Museu de Design de Londres, Deyan Sudjic, os livros de mesa ou, vá lá, coffee table books se distinguem por serem dotados de tamanho grande, imagens emblemáticas, emprego de materiais pouco utilizados, acabamento refinado e, quando há, pequena quantidade de texto, tratando dos assuntos de do leve e envolvente.
Embora portentosos, esses livros se destacam pelas peculiaridades que o compõem. Ouçamos Jean Baudrillard: “(…) quando o detalhe formal invade o objeto, a função real passa a ser somente álibi e a forma passa somente a significar a ideia da função”. São obras que estão do lado oposto dos títulos, chamemos, standards, respeitados, mas que acabam escondidos ou passam despercebidos porque a repetição de medidas-padrão tende a domesticar sua percepção, apagando as particularidades de cada volume, manifestas na tipografia e cor das lombadas.
Os coffee table books encontram lugar numa época de consumo imediato, compondo uma espécie de fast food editorial. “Hoje os livros se tornaram meros acessórios dentro do mundo de comunicação de massa, oferecendo entretenimento leve e garantindo que tudo está bem neste que é melhor dos mundos possíveis”. Não é os livros de mesa que o lendário ex-editor-chefe da Phanteon, André Schiffrin, criticava, mas esse “chapéu” cabe na “cabeça” do nosso objeto de estudo.
Este texto é baseado na tese de doutorado “O papel do livro de mesa na sociedade do espetáculo”, defendida por este Chico Barbosa no programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Nestes estudos, analisei os livros da editora alemã TASCHEN, daí a utilização de seus livros para ilustrar este artigo.
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