Seja por falta de tempo, seja pelo apelo da objetividade, seja por estar condicionado à comunicação breve dos tempos de redes sociais ou seja por preguiça mesmo, o chamado “textão” tem afugentado uma parcela dos leitores – espero que não seja o caso deste. Claro que extenso e curto é conceito relativo, varia de acordo com a relação de cada um com a leitura, mas dá para dizer que uma história que consuma menos de meia hora do leitor é breve, podendo ser apreciada em uma sentada.
A narrativa curta foi meu objeto de estudos no mestrado, quando pesquisei o emprego de contos e crônicas por parte de jornalistas-escritores na produção de livro corporativos em formato de coffee table books (livros de mesa). Pela natureza desses livros, que ficam em um ambiente social para serem consultados, é preciso potencializar sua atratividade para além do assunto e da aparência.
Pense bem: a obra está ali como uma distração, não há muito tempo para o leitor casual mergulhar em histórias densas, complexas e lonnnngas. Assim, para atrair a atenção de quem estiver folheando a obra, vale esta máxima: menos é mais.
Por sinal, todos os livros lançados CBNEWS – destaques para “Audi do Brasil – Presente, passado, futuro”, “A marca da esportividade – A história da Porsche Brasil” e “Em boa companhia – Por dentro da Volvo Cars Brasil”, escritos por este Chico Barbosa, seguem esse conceito.
Finalizo com uma comparação muito feliz do escritor argentino Julio Cortázar, mestre do conto, que também disse que o romance está para o cinema assim como o conto está para a fotografia:
“Nesse combate que se trava entre um texto apaixonante e o leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto o conto deve ganhar por knock-out”
Obs: As imagens que ilustram este post são do livro Goat – A tribute to Mohammad Ali, da TASCHEN, editora que foi meu objeto de estudo no doutorado, quando pesquisei a produção e o mercado de coffee table books (livros de mesa).
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